O SEADREAM I foi no passado Sábado, o primeiro navio de cruzeiros a fazer escala no porto do Funchal, depois do encerramento em Março que durou vários meses, em detrimento da situação pandémica causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Depois de ter operado na Noruega desde Julho, juntamente com o gémeo SEADREAM II, este pequeno navio vocacionado para o segmento dos cruzeiros de luxo, está agora a realizar uma viagem posicional transatlântica de 21 dias, que se iniciou em Oslo.
Chegou ao porto da capital madeirense pela manhã, com 31 passageiros a bordo, e à entrada da "pontinha" lá estava o rebocador ILHÉU DE CIMA para o saudar com jactos de água, tão bom voltar a ver um paquete sete meses depois!
Já antes da sua chegada, o navio reportou às autoridades competentes em terra que todos os passageiros tinham realizado o teste PCR de despiste à Covid-19 no porto anterior, em Portsmouth, Reino Unido, e que os resultados desses mesmos testes eram negativos, pelo que os passageiros estariam aptos para desembarcar e circular pela cidade. Porém, 27 desses passageiros em questão não foram autorizados a deixar o navio, pois a realização dos testes ultrapassou as 72h, o período máximo estabelecido pela autoridade de saúde da Madeira para a apresentação de um teste negativo à chegada do arquipélago.
Apenas puderam desembarcar 4 passageiros que tinham o Funchal como destino final da sua viagem, os quais tiveram que se submeter a um novo teste PCR, sendo que ficaram a aguardar o resultado confinados numa unidade hoteleira. Os restantes hóspedes do SEADREAM I tiveram igualmente de realizar novo teste, para assim estarem autorizados a desembarcar no próximo destino.
Uma situação que não se compreende, de todo, tendo em conta que os passageiros chegaram à ilha com testes negativos e estiveram a bordo do navio nos 4 dias de viagem desde Portsmouth, o que já era uma boa garantia de estarem isentos de infecção.
Deveriam de se manter as medidas específicas para o aeroporto da Madeira, e outras mais adequadas ao porto e à situação dos paquetes.
Se estas medidas rigorosas (demais) se mantiveram, será difícil incentivar o desejável regresso dos navios de cruzeiro ao porto do Funchal, o que não abona em nada a economia madeirense, que nos últimos meses tem passado por grandes tormentas, em especial o sector do Turismo.
Mas adiante, com os passageiros retidos a bordo, o SEADREAM I aproveitou esta escala para reabastecer, e terminada a operação antecipou a largada para as 15h30. Assim o fez já perto das 16h, e com um curto apito no momento do desembarque do piloto, fez-se ao mar com 9 dias de viagem pela frente até chegar ao porto de Kingstown, ilha de São Vicente nas Caraíbas. Segue-se uma escala na ilha de Mayreau antes da chegada a Bridgetown, Barbados, onde termina o cruzeiro.
Em relação ao navio, foi construído em 1984 nos estaleiros finlandeses Wärtsilä, em Helsínquia, como SEA GODDESS I, e logo no ano de estreia fez a sua escala inaugural no Funchal, a 10 de Outubro, a primeira de várias visitas que se seguiram, tanto na Madeira como também na ilha do Porto Santo.
Após 14 anos a operar, primeiro para a Sea Goddess Cruises, e depois pela Cunard Line, em 1999 integrou a frota da Seabourn Cruise Line alterando o seu nome para SEABOURN GODDESS I.
Após 14 anos a operar, primeiro para a Sea Goddess Cruises, e depois pela Cunard Line, em 1999 integrou a frota da Seabourn Cruise Line alterando o seu nome para SEABOURN GODDESS I.
Já em 2001, passou então a chamar-se SEADREAM I, agora em actividade pela Seadream Yacht Club,
voltando ao Funchal no dia 28 de Outubro de 2002, sendo desde então um visitante assíduo do nosso porto.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária.
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